SÃO LUÍS – Os secretários de Estado de Saúde, Ricardo Murad, e de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, Victor Mendes, divulgaram, na tarde desta
quinta-feira (11), em entrevista coletiva, que grande parte da orla
marítima de São Luís está própria para o banho, exceto em um raio de 300
metros das desembocaduras dos rios Calhau, Pimenta, Claro, Jaguarema e
Olho de Porco.
A informação é
baseada em laudos assinados pelo Laboratório Central de Saúde Pública
do Estado do Maranhão (Lacen), que contou com a assessoria técnica da
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (Cetesb),
para fazer as análises da água das praias da ilha.
A
solicitação para que o Lacen emitisse os laudos partiu de Victor
Mendes, já que há cerca de quatro meses todas as praias de São Luís
foram consideradas impróprias para banho. “Como o Lacen é o laboratório
do Estado, acreditado e certificado, com grande conhecimento, o
convocamos para fazer uma contraprova a partir dos laudos que estavam
sendo emitidos pelo laboratório da Secretaria de Meio Ambiente”, disse
ele.
Além do Lacen, foram
chamados ainda a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) e
a Secretaria de Estado de Saúde (SES) para avaliar o problema,
considerando seus impactos na saúde pública e no setor econômico do
turismo. “A partir disso, entramos em contato com o governo de São
Paulo, que disponibilizou técnicos da Cetesbpara acompanhar e ajustar os
métodos de análise das águas das praias de São Luís”, informou Ricardo
Murad.
Durante três meses o
grupo estudou o assunto, avaliou procedimentos de monitoramento,
contando com a assessoria da Cetesb (instituição de renome nacional e
internacional, responsável pelo controle de balneabilidade das praias e
dos rios daquele estado), estabeleceu estratégias corretivas e
preventivas para a erradicação de pontos de lançamento de esgoto nas
praias e organizou banco de dados para cada uma das praias e respectivas
bacias de drenagem.
Com a
adoção do padrão de análise estabelecido pelo Lacenem restrita
colaboração do corpo técnico da Cetesb, foi iniciada uma nova fase de
monitoramento. Detectou-se, então, que a orla de São Luís está própria
para banho. A exceção são os 300 metros das desembocaduras dos rios
Calhau, Pimenta, Claro, Jaguarema e Olho de Porco.
De
acordo com Ricardo Murad, aspectos como a não balneabilidade
encontrada, inclusive, em locais mais isolados, bem como o não
crescimento do número de doenças de pele e outras ligadas à poluição das
águas chamou a atenção do Governo do Estado. “Praias como a de
Panaquatira, além das curvas demonstradas pela Vigilância em Saúde, que
não demonstraram aumento nos casos de doenças de pele, por exemplo, são
indicativos de que nós deveríamos rever nossos métodos de análise”,
destacou ele.
Ações como a
retirada de esgotos que eram despejados diretamente na praia da Ponta
d’Areia, por exemplo, feita por grandes empreendimentos e empresas do
local, além de intervenções feitas pela Caema junto a bares da orla e de
uma série de investimentos a partir de recursos provenientes do
Ministério do Turismo e do Programa de Aceleração do crescimento (PAC),
contribuíram para a melhora dos índices de balneabilidade da orla
marítima.
Controle
O
monitoramento das praias continuará a ser feito de forma permanente,
realizado semanalmente de acordo com os métodos estabelecidos nas normas
ambientais vigentes, que preconiza que as amostras sejam coletadas
preferencialmente aos domingos e em condição de maré baixa.
O
grupo de trabalho constituído para lidar com a situação emergencial
será mantido como estrutura permanente, uma vez que a garantia de boas
condições de balneabilidade é um processo que depende diretamente da
integração das ações preventivas, corretivas e mitigadoras dos diversos
órgãos públicos e instituições responsáveis pela questão da qualidade do
meio ambiente e saúde.